Daqui do planeta Terra, o Sol parece não apenas relativamente distante, como também bem mais inativo do que realmente é. Mas a verdade é que essa grandiosa estrela, apesar de estar longe das suas últimas fases de vida, diga-se de passagem, tem períodos de atividade mais intensa, e um deles está ocorrendo agora.
Nessas fases mais ativas, as erupções solares despejam uma grande energia sobre o espaço e podem até mesmo provocar alguns transtornos aqui na Terra, indo além de gerar efeitos visuais deslumbrantes, como os observados nas auroras boreal e austral.
Isso se explica pelas erupções e ejeções de massa coronal, que são capazes de interferir em nossos sistemas de telecomunicações e na rede de energia elétrica, causando interrupções em transmissões via rádio e mesmo nos sinais GPS e de internet.
Fato é que, em um período que gira em torno de 11 anos, o polo magnético do Sol se inverte, explicando o porquê de as explosões solares estarem mais recorrentes agora, quando este processo está em andamento.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Mudança de polo magnético solar é periódica
Quem descobriu a existência desse ciclo foi o astrônomo alemão Heinrich Schwabe. Ao observar o Sol, ele notou que o que ocorria com a estrela que gira em torno do seu próprio eixo dentro de um período de 27 dias.
Em um evento que perdura por pouco mais de uma década, variando entre 8 e 14 anos de duração, posteriormente chamado de ciclo de Schwabe, o Sol intercala entre períodos de maior e menor atividade.
Neste último, as manchas solares “desaparecem” e os polos magnéticos enfraquecem, contrastando com outras fases mais agitadas em que mais de 15 manchas podem ser observadas. O movimento que ocorre, impulsionado pela região do equador da estrela, é o que provoca as mudanças no campo magnético, uma vez que ela se move mais rapidamente que as regiões dos polos.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
O que deverá ocorrer durante a inversão de campo magnético
A tendência é que, ao longo deste ano e do próximo, a atividade solar aumente, com pico entre janeiro e outubro deste ano. O campo magnético solar deverá mudar antes disso, ainda em 2024, portanto. Trata-se de um ciclo que ocorre periodicamente, tendo o último ocorrido em 2013, mas há episódios que são lembrados ainda hoje.
Em 1859 tivemos uma das fases mais explosivas do Sol, no conhecido Evento Carrington. A energia liberada pela estrela foi equivalente a 10 bilhões de bombas nucleares. Com a maior presença de raios cósmicos e ultravioleta, foram registrados danos nos sistemas de comunicações. Mas antes que surja alguma dúvida nesse sentido, não é necessário se alarmar.
Por mais estranho que o fenômeno pareça, devemos lembrar que as tempestades solares são relativamente comuns, e não há nada que confirme a eventual ocorrência de um mega apagão de internet neste ano de 2024. Além disso, diferente de antigamente, agora não somos mais pegos de surpresa por esse tipo de evento.
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