Em um movimento significativo pela valorização do trabalho ambiental, servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizaram um ato na entrada da comunidade de São Domingos, na base da Floresta Nacional (Flona) do Tapajós. Durante o evento, eles fixaram uma faixa e aproveitaram a oportunidade para dialogar com os visitantes, esclarecendo as reivindicações e destacando a importância das unidades de conservação para o futuro da Amazônia e do planeta. A Flona do Tapajós, reconhecida por abrigar o maior número de pesquisas científicas da Amazônia e receber anualmente mais de 20.000 visitantes de diversas nacionalidades, é também lar de mais de 1.000 famílias de povos e comunidades tradicionais, totalizando cerca de 4.000 pessoas, e serve como referência em manejo sustentável da floresta. Com informações do G1 Santarém e Região.
Um servidor, que preferiu não se identificar, compartilhou os desafios enfrentados pela equipe em campo, incluindo condições de trabalho adversas e deslocamentos perigosos, que resultaram na trágica perda de um colega em 2023. Ele também mencionou as pressões por resultados, exemplificadas pelas metas ambiciosas do governo para o desmatamento zero e os compromissos ambientais assumidos, especialmente com a realização da Conferência das Partes (COP) na Amazônia. Esses desafios sublinham a importância do trabalho dedicado dos servidores da carreira ambiental para a conservação da biodiversidade e o bem-estar das futuras gerações.
As demandas dos servidores do ICMBio e de outros órgãos ambientais federais, como o IBAMA, vão além e incluem a reestruturação da carreira, que permanece inalterada há uma década, e a valorização do setor. A falta de atualização torna a carreira menos atrativa, resultando na saída de aproximadamente 20% dos servidores admitidos por concursos em 2022 para cargos em carreiras mais valorizadas. Além disso, cerca de 70% dos servidores do Ibama estão buscando outras oportunidades, o que pode levar a um colapso de pessoal no curto prazo. Este ato é parte de uma série de ações iniciadas em janeiro, que incluíram a suspensão de atividades externas como fiscalização e licenciamento ambiental, evidenciando a urgência das reivindicações por melhorias.