Em uma cerimônia marcante, a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) celebra a entrega de certificados a 180 professores indígenas, provenientes de 71 escolas, que concluíram a formação pedagógica nos Territórios Etnoeducacionais de Tapajós-Arapiuns (Santarém), Munduruku (Itaituba) e Ixamná (Oriximiná). Este evento simboliza um passo significativo na educação indígena, refletindo o compromisso da instituição em promover uma formação continuada e qualificada aos educadores dessas comunidades. Com informações do G1 Santarém e Região.
O programa, coordenado pelo Instituto de Formação Interdisciplinar e Intercultural (IFII) da Ufopa, abordou uma ampla gama de temas essenciais à educação indígena, desde o letramento e numeramento na língua indígena, passando pela história e geografia dos povos indígenas, até a etnomatemática. A iniciativa contou com a colaboração das Secretarias Municipais de Educação de Oriximiná, Santarém e Itaituba, adaptando as formações pedagógicas às realidades específicas de cada território, o que permitiu um alcance significativo entre os professores.
Os resultados do programa são expressivos: 65 professores e 41 escolas foram beneficiados no Território Etnoeducacional Tapajós-Arapiuns; 54 professores e 11 escolas no Território Etnoeducacional Munduruku; e 61 professores e 19 escolas no Território Etnoeducacional Ixamná. Essa abordagem integrada não só fortaleceu a conexão entre as universidades e as escolas indígenas, mas também destacou a importância da educação escolar indígena, reafirmando o compromisso com a diversidade cultural e linguística na educação, conforme diretrizes do Programa Nacional dos Territórios Etnoeducacionais Indígenas, sob a regulamentação do Ministério da Educação.
A programação do evento incluiu apresentações culturais por professores indígenas, uma mesa de abertura com autoridades e convidados, a entrega dos certificados, relatos de experiências por orientadores e formadores indígenas, e encerrou com mais apresentações culturais, celebrando a partilha de saberes e sabores indígenas. Este momento representa um marco na valorização e no reconhecimento dos saberes indígenas, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de materiais didáticos e paradidáticos que respeitam e promovem a riqueza das comunidades indígenas.