Início da Temporada de Castanha em Oriximiná: Uma Jornada de Sustentabilidade e Tradição

Este ano apresenta desafios significativos para os extrativistas da região de Santarém, marcado por uma notável baixa na produtividade dos castanhais, um fenômeno atribuído à severa seca de 2023. Samuel Kaukuma, um indígena da etnia Kaxuyana, compartilha que, apesar dos esforços para dinamizar a economia local, a comunidade enfrenta obstáculos no transporte da produção. “Trouxemos 90 sacas de castanha, mas tivemos que abandonar parte da carga devido a um incidente com o bote”, relata. Domingos Printes, quilombola do Território Mãe Domingas, ecoa essa dificuldade, observando uma redução drástica na disponibilidade de castanhas, exacerbada pela seca atípica para o período. Com informações do G1 Santarém e Região.

A queda na produção é evidenciada pelos números da Coopaflora, que viu sua comercialização de castanhas despencar de 98,5 toneladas em 2022 para cerca de 46 toneladas em 2023. A castanha-do-pará, um pilar da sociobiodiversidade local, enfrenta um dos seus períodos mais críticos. “A seca afetou diretamente os castanhais, complicando o escoamento da produção”, explica Maria Daiana Silva, presidente da Coopaflora.

Apesar dos reveses, a resiliência e a cooperação entre extrativistas e organizações como Iepé, Imaflora, Imazon, Ufopa e Arqmo têm sido fundamentais para superar as adversidades. Essas parcerias têm facilitado o escoamento da produção, sustentando a economia local e a sobrevivência das comunidades extrativistas. Com a meta de comercializar 32 toneladas de castanha até julho, os trabalhadores de Oriximiná seguem empenhados, enfrentando os desafios impostos pela natureza, mas também encontrando caminhos para a superação através da união e do trabalho coletivo.

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