Marcos Jesus de Oliveira, aos 33 anos e com nove meses de experiência como brigadista, vê no documentário “Heróis do fogo: a luta dos brigadistas na Amazônia” uma chance de esclarecer ao público a realidade enfrentada pela Amazônia durante as grandes queimadas. Ele se juntou à brigada movido pela convicção de que essa é uma forma eficaz de contribuir para a preservação da floresta. Marcos acredita que, graças à combinação do aumento das chuvas e ao esforço dos brigadistas, os incêndios florestais serão menos frequentes em comparação com anos anteriores. “Eu acredito muito no trabalho que faço e penso que se não fosse pelo trabalho dos brigadistas, a propagação do fogo seria ainda maior”, destacou Oliveira. Com informações do G1 Santarém e Região.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informa que atualmente 45 profissionais, incluindo 29 Agentes Temporários Ambientais (ATAs) e 16 brigadistas, estão dedicados à prevenção e combate a incêndios. A técnica ambiental do ICMBio e Coordenadora de Manejo Integrado do Fogo na Flona do Tapajós, Paolla Bianca Coelho, menciona uma redução no programa em relação ao ano anterior, mas destaca esforços para formar uma nova brigada em parceria com a Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (Coomflona). Além disso, cursos de brigadista são oferecidos para capacitar ainda mais os ATAs, mesmo aqueles de outras áreas temáticas.
A demanda pelo filme surgiu dos próprios brigadistas, conforme explica Erika Berenguer, pesquisadora das Universidades de Oxford e Lancaster e membro da Rede Amazônia Sustentável (RAS). Durante o segundo semestre de 2023, ela acompanhou os brigadistas em campo, onde identificou a necessidade de material educativo específico sobre o combate ao fogo na Amazônia. O documentário visa atender a essa necessidade, destacando as técnicas e equipamentos específicos utilizados na região, diferenciando-se dos biomas do Cerrado e Pantanal. “Produzir este filme é atender à demanda daqueles que combatem o fogo na Amazônia, levando em consideração as características únicas da floresta”, afirmou Berenguer.
A redução significativa na área queimada na região de Santarém, no Oeste do Pará, de 10.000 quilômetros em 2015 para 5.000 quilômetros em 2023, é atribuída tanto ao aumento das chuvas quanto ao eficaz trabalho de prevenção e combate realizado pelos brigadistas. Este esforço conjunto tem sido crucial para minimizar os danos à biodiversidade. O documentário não apenas destaca a devastação causada pelo fogo, incluindo a perda de castanheiras centenárias e o sofrimento da fauna, mas também enfatiza a importância da preservação ambiental e o impacto dos incêndios na emissão de CO2. “Heróis do fogo: a luta dos brigadistas na Amazônia” é uma produção da RAS, com financiamento da Lancaster University e UKRI, e apoio de diversas instituições, incluindo a Embrapa e a University of Oxford.