Em um ato de protesto que ganhou visibilidade nas redes sociais, o indígena João Kumaruara se posicionou firmemente contra a proposta de desenvolvimento da Ferrogrão, uma ferrovia planejada para estender-se por 900 mil hectares entre Mato Grosso e Pará, na Amazônia. João Kumaruara, em uma publicação em seu perfil no Instagram, destacou os impactos negativos que o projeto poderia ter sobre as comunidades indígenas locais, incluindo os povos Munduruku e Kayapó Paranã, além de causar danos significativos à fauna e flora da região. Ele enfatizou a importância da preservação do território indígena, que é fundamental para a sobrevivência e manutenção da cultura desses povos, e exigiu respeito por seus corpos e terras. Com informações do G1 Santarém e Região.
A expressão de descontentamento de Naldinho Kumaruara, que pintou os rostos de defensores da Ferrogrão com tinta de urucum durante um seminário técnico na Universidade Federal do Oeste do Pará, gerou indignação entre alguns participantes. O evento, que discutia a viabilidade socioambiental da Ferrogrão, contou com a presença de representantes do governo federal, sociedade civil e povos indígenas, visando promover um diálogo sobre os aspectos do projeto e suas implicações.
A Ferrogrão, oficialmente conhecida como EF-170, é um projeto de ferrovia que visa criar um corredor logístico de exportação de grãos pelo rio Tapajós, ligando Sinop (MT) a Itaituba (PA). Com 933 km de extensão, a ferrovia promete reduzir os custos de transporte de commodities, especialmente soja e milho. O projeto, que está em fase de planejamento, enfrenta resistência de comunidades indígenas preocupadas com os impactos ambientais e sociais. Apesar do investimento previsto de R$ 21.574 bilhões, incluindo recursos para compensações socioambientais, a controvérsia em torno da Ferrogrão destaca o desafio de equilibrar desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e os direitos dos povos indígenas.