O Projeto Telas em Rede, em sua edição atual, destaca-se por enfatizar o protagonismo negro na Amazônia, com o objetivo de fortalecer e dar visibilidade aos coletivos negros de Santarém. Este ano, o projeto se divide em módulos, com o primeiro focando na comunicação antirracista e afrocentrada, enquanto o próximo abordará a comunicação digital. Participaram do primeiro módulo representantes de importantes grupos como o Movimento Negro Unificado (MNU), Coletivo de Estudantes Quilombolas (CEQ/Ufopa), Coletivo de Estudantes Negros Alessandra Caripuna e o Afroliq – Grupo de Pesquisa em Literatura, História e Cultura africana, Afro-amazônica e Quilombola do Iced/Ufopa. A iniciativa visa não apenas a discussão, mas também a prática da comunicação como ferramenta de resistência e afirmação cultural. Com informações do G1 Santarém e Região.
A primeira experiência proporcionada pelo projeto abordou a comunicação ancestral, explorando a memória, oralidade e o processo de ensino-aprendizagem com os mais velhos, além de trazer referências da cultura africana e afro diaspórica como perspectivas e tecnologias comunicativas. Os encontros subsequentes focaram na representação histórica dos negros na mídia brasileira e na comunicação antirracista como forma de contra narrativa. Aline Soares, recém-formada em Gestão Ambiental pela Ufopa e participante das oficinas, destacou a importância da formação para a educação de seus filhos e para a luta contra o racismo na sociedade. Claudete Andrade, estudante de pedagogia e bolsista do grupo Afroliq, ressaltou a relevância da comunicação antirracista na formação de futuros educadores, enfatizando a necessidade de abordagens dinâmicas e tecnológicas no ensino.
João Albuquerque, um dos coordenadores do Telas em Rede, explicou que o segmento sobre comunicação digital visa ensinar o funcionamento das ferramentas de redes sociais e como elas podem ser utilizadas para amplificar as vozes dos coletivos, utilizando diversas linguagens. O projeto, apoiado pela Política de Incentivo à Cultura da Lei Paulo Gustavo do Município de Santarém e pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), busca democratizar o acesso à comunicação e ao audiovisual, permitindo que jovens amazônidas de grupos marginalizados se vejam como protagonistas de suas próprias histórias, valorizando suas identidades e reescrevendo suas narrativas de maneira positiva.