Novo estudo controverso diz que ‘T-Rex adolescente’ é de uma espécie totalmente nova
Recentemente, um novo controverso estudo sugeriu que os ossos de dinossauros encontrados em Montana, nos Estados Unidos, não pertenciam a um jovem Tiranossauro Rex, mas sim a uma espécie distinta: o Nanotyrannus lancensis. Desde que o primeiro crânio foi encontrado na região, na década de 1940, paleontólogos discutem se os fósseis pertenciam realmente a uma espécie distinta de T-Rex.
Conforme os autores do artigo, publicado na revista Fossil Studies, a hipótese da existência de um bebê T-Rex foi descartada oficialmente — embora outros especialistas ainda não estejam convencidos.
Falhas nos padrões de crescimento
(Fonte: Nicholas Longrich/Fossil Studies/Reprodução)
Em comunicado oficial, o principal autor do estudo e paleontólogo da Universidade de Bath, Nicholas Longrich, destacou que muitos pesquisadores eram céticos em relação à existência dos Nanotyrannus. “Quando vi esses resultados, fiquei bastante impressionado”, disse. Longrich e o coautor Evan Saitta, da Universidade de Chicago, mediram os anéis de crescimento nos fósseis e descobriram que eles estavam compactados na parte externa do osso.
Este padrão é inconsistente com o rápido crescimento de um dinossauro jovem e sugere que o crescimento estava desacelerando. Sendo assim, o dinossauro estava atingindo seu tamanho máximo quando morreu. “Se fossem T-Rex jovens, deveriam estar crescendo loucamente e ganhando centenas de quilos por ano”, pontuou Longrich.
Segundo os especialistas, o animal em questão tinha 15% do tamanho de um T-Rex adulto, com cerca de 900 a 1,5 mil kg e 5 metros de altura. Em comparação, um Tiranossauro Rex adulto pesava cerca de 8 mil kg e se estendia por até 9 metros de comprimento. Os pesquisadores também reconstruíram a anatomia do dinossauro e descobriram que ele não compartilhava muitas características com o predador mais famoso de todos os tempos.
Debate controverso
(Fonte: Getty Images)
Embora os novos dados sugiram a existência dos Nanotyrannus, outros especialistas não apoiam a ideia de que os fósseis sejam de uma espécie distinta. Em 2020, o pesquisador Thomas Carr, do Carthage College, teria encontrado mais de 1,8 mil diferenças entre os T-Rex adultos e jovens, o que podem ser exatamente as diferenças identificadas por Logrich e Saitta. Contudo, a discussão parece estar longe de ter um fim.
Atualmente, apenas o T-Rex é reconhecido no gênero Tyranossaurus, mas alguns especialistas sugerem que o Nanotyrannus poderia ser uma segunda espécie intimamente relacionada ao gênero. A descoberta dessa nova espécie pode preencher algumas lacunas na evolução das espécies e até mesmo explicar outras inconsistências.
Porém, para que isso seja alcançado, será necessário o surgimento de argumentos ainda mais convincentes que derrubem ideias antigas e dados que vêm sendo construídos por historiadores durante décadas. Enquanto isso, só nos resta sonhar que, em um dia no passado, uma espécie parecida com um Tiranossauro Rex em miniatura teria também andado no mesmo planeta que vivemos atualmente.
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