Projeto Kiriku e o Ministério da Igualdade Racial Unem Forças para Expandir Afrotecas pelo Brasil
O projeto Kiriku, uma iniciativa pioneira em Santarém, Pará, foca no desenvolvimento de relações raciais positivas e na promoção da literatura infantil antirracista nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cemeis). Recentemente, Luiz Fernando, um dos líderes do projeto, e a professora Geones Marques Gomes, coordenadora do Cemei Antônia Corrêa e Sousa, tiveram a oportunidade de apresentar o projeto ao Ministério da Igualdade Racial (MIR). Durante o encontro com Rafael Resende e Josiara Leite, da assessoria especial da ministra, eles discutiram a possibilidade de obter apoio financeiro para a manutenção e expansão das afrotecas – espaços dedicados à educação antirracista para a primeira infância, equipados com jogos, instrumentos musicais, livros e brinquedos. Com informações do G1 Santarém e Região.
A reunião no Ministério foi agendada após Luiz Fernando enviar uma carta aos ministérios em Brasília, detalhando as atividades do projeto Kiriku e, em particular, as afrotecas. Essas são as primeiras quatro afrotecas do Brasil, projetadas especificamente para crianças pequenas, desde bebês até a primeira infância. “Mandei carta contando do projeto Kiriku para Brasília. Mandei para vários ministérios, dentre eles o Ministério da Igualdade Racial. E o Ministério da Igualdade Racial respondeu interessado em conhecer mais sobre o projeto. E aí é que eles agendaram essa reunião, que ocorreu agora na quarta-feira, dia 27 de março. E eu fui para a reunião representando o projeto, e foi comigo também a professora Geones Marques, que é coordenadora de uma das creches que a gente tem em uma afroteca, né, a Afroteca Sankofa. Apresentamos o nosso projeto de educação antirracista para crianças, contamos um pouco da história do projeto Kiriku, e, sobretudo, buscamos apoio institucional do Ministério, recurso financeiro para a gente poder ampliar as afrotecas, ampliar a política, ampliar as ações”, relatou Luiz Fernando.
Na ocasião, foram entregues à assessoria especial da ministra Aniele Franco um relatório e um portfólio resumindo o projeto Kiriku e detalhando cada uma das afrotecas já instaladas, além de um plano para a construção de mais 10 afrotecas na região oeste do Pará. A reunião gerou expectativas positivas para a ampliação do projeto com o apoio financeiro do MIR. “Foi uma reunião muito interessante, muito proveitosa, muito esclarecedora e muito esperançosa. Eu estou esperançoso na possibilidade de recursos financeiros para que a gente possa ampliar e construir novas afrotecas aqui na região. A reunião foi um sucesso na minha avaliação e a gente fica agora aguardando os desdobramentos. Eles pediram um tempo para avaliar e vão nos convidar novamente para mais uma rodada de conversa, para mais uma reunião, para a gente poder encaminhar como será feito esse apoio institucional e financeiro do Ministério da Igualdade Racial”, concluiu Luiz Fernando, otimista quanto ao futuro do projeto Kiriku e seu impacto na educação infantil antirracista.